No
Universo, tudo é energia em suas mais infinitas formas. Obviamente,
a Terra é apenas como que um grão de areia nos inúmeros sistemas
universais e, dentro dela, em graus evolutivos diversos e em
aprendizado constante, os seres humanos ainda se debatem ante as Leis
da Natureza. Muitos sequer descobriram a existência dos dois planos
- o físico e o espiritual - dos quais todos participamos,
independentemente da nossa vontade ou condição racial, política,
social, econômica ou intelectual, pois o homem não cria nem revoga
a lei natural ou Lei de Deus.
A
mediunidade, que envolve complexas e subtis formas
energéticas, é uma faculdade que está latente em todos os
indivíduos, podendo apresentar-se ou manifestar-se por vários
modos, dependendo do plano moral de cada médium (que é o
intermediário entre o plano físico e plano espiritual, ou seja,
serve de mediador entre encarnados - pessoas - e desencarnados
- Espíritos , podendo também ser aquele que recebe
influência, inspiração, conselho ou ensinamento de entidades
espirituais, até, às vezes, sem o perceber). Allan Kardec sintetiza
os médiuns em duas categorias: aqueles de efeitos físicos
(a quem os Espíritos se manifestam por intermédio de movimentos,
ruídos, sons, transporte de objetos, etc.) e aqueles de efeitos
intelectuais (a quem os Espíritos se apresentam por meio de
comunicações inteligentes - por idéias, escritos, desenhos,
sinais, palavras etc.).
Como
a vida física é efêmera (pois cada ser humano só vive pelo
tempo necessário de prova que pediu ou de expiação que
lhe foi determinada - de poucos minutos a muitos anos de
existência terrena -, na lenta caminhada de aprendizado e progresso)
e como a vida espiritual é eterna, e descobrindo-se, pelo
estudo e pela pesquisa, que o espírito se comunica pelo pensamento,
o raciocínio mostra-nos, claramente, que somos espíritos
encarnados, porque estamos sempre a pensar: O nosso corpo
frágil, auxiliado pelos cinco sentidos - visão, tacto, audição,
olfacto e paladar - é peça material que requer consciência e
razão. Por isso, as diferenças entre os seres da mesma família:
uns já viveram muito, antes, e aprenderam; outros viveram poucas
existências e ainda não aprenderam.
Todos
temos algum tipo de mediunidade; é um dom concedido por Deus.
Porém, só alguns possuem as chamadas mediunidades de tarefa:
audiência (de ouvir vozes de Espíritos); vidência
(de ver Espíritos); psicografia (de escrever o que ditam os
Espíritos); psicopictografia (de pintar sob ação dos
Espíritos); falante (de transmitir pelos órgãos vocais a
palavra do Espírito); xenoglossia (de falar e escrever
línguas estrangeiras que não conhece), além de outros tipos de
mediunidade. Há pesquisadores e estudiosos do Espiritismo que
classificam acima de cinquenta os tipos de mediunidade. Existem ainda
os casos de médiuns especiais, dotados de aptidões
particulares, como os enumera Allan Kardec, no capítulo XVI, em "O
Livro dos Médiuns", obra indispensável a quem se predisponha
ao estudo sério sobre os tipos de mediunidade.
O
médium, para desincumbir-se das tarefas que lhe são
confiadas pelo plano espiritual, deve ser diligente, aplicado,
sincero, disciplinado e bondoso, evitando o orgulho e a vaidade.
Jamais deverá colocar-se na condição de superior perante os demais
irmãos, sejam estes seguidores ou não da Doutrina Espírita,
sabendo que é apenas um mensageiro e que tem como directrizes os
ensinamentos dos bons Espíritos e, no que respeita aos cristãos, as
lições morais de Jesus, para a prática do bem.
"O
médium é um companheiro. É um trabalhador. É um amigo. E é
sobretudo nosso irmão, com dificuldades e problemas análogos
àqueles que assediam a mente de qualquer espírito encarnado".
"Mediunidade
não é pretexto para situar as criaturas no fenômeno exterior ou no
êxtase inútil. É , acima de tudo, caminho de árduo de trabalho em
que o espírito (chamado a servi-las) precisa para consagrar o melhor
das próprias forças para colaborar no desenvolvimento do bem".
Observação
final: para melhor conhecer essa importante matéria, aconselha-se,
no mínimo, ler "O Livro dos Espíritos", analisando cada
tópico, e, em seguida, ler "O Livro dos Médiuns", ambos
de Allan Kardec, podendo complementá-los com "Espíritos e
Médiuns", de Léon Denis, e "Mediunidade ", de J.
Herculano Pires.
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