O cérebro
depressivo é contaminado por tudo que são pensamentos desanimadores
e pessimistas. “Não vou conseguir”. “Ninguém faz questão da
minha companhia”. “Não tenho com quem conversar e confiar”.
“Ir à festa será muito chato, é melhor ficar em casa”. “Depois
que perdi a minha mãe/pai/namorado... a vida ficou sem sentido”...
Qual a
diferença da mente depressiva para a mente de alguém sem depressão?
As pessoas que não tem depressão possuem pensamentos que ressaltam
as qualidades de si próprios e da vida em si.
Se
conversarmos com o depressivo e dissermos que deve mudar os seus
pensamentos, com certeza ele argumentará ser impossível ter
pensamentos diferentes, e mais, vai convencê-lo e prova que está
certo, que a vida é cheia de pessoas desonestas, que os políticos
só fazem erros, que o transito é infernal, a poluição mata e para
quê ir aquela festa que só tem gente exibida e fútil? E acabará
por concordar. Porque terá razão! O depressivo tem mesmo uma visão
mais apurada da realidade. Ele consegue identificar cada mentiroso,
cada desonesto, cada momento desagradável da vida. Lembra com raros
pormenores cada desavença que tenha sofrido.
Então
vamos ficar todos depressivos? Não. Vamos aprender com o cérebro
dos que não são depressivos. As pessoas felizes, sem depressão
tem um cérebro ilusório. Ele embeleza, intensifica e enaltece tudo
o que vê. E o melhor da história, é que isso é bom! Não é
preciso ser assim tão realista. Eu sei que tem medo de tomar
péssimas decisões caso se permita uma visão mais côr de rosa da
vida. Isso não vai acontecer devido a um mecanismo maravilhoso:
Profecia que se auto realiza.
Uma frase
famosa do senso comum é: “Se diz que consegue, tem toda a razão,
se diz que não consegue também tem razão”. Isto significa que
faz por acontecer o que acredita que é possível de acontecer. Se
acreditar que sua vizinha é muito orgulhosa é jamais será sua
amiga, sem se aperceber, terá atitudes que a afastarão dessa
vizinha. Mas se acredita que ela é muito simpática terá atitudes
de aproximação que a encantarão e logo serão boas amigas. Isso é
profecia auto realizadora. Ou seja, contou-se uma bonita história,
que a principio não era verdadeira, mas se tornou verdadeira por
força de seus actos – e nem percebeu que fez ou como fez isso.
Ou seja,
as mudanças dos seus pensamentos farão de si uma pessoa mais
persistente, lutadora. Cego ás imperfeições e aos obstáculos,
alcançará coisas maravilhosas.
Pensa que
estou a sugerir, algo impossível de se praticar? Acha que ninguém
faz isto? Vamos fazer um teste. Aplique-o aos seus amigos e família:
Pergunte a todos eles (que não sejam depressivos) se se consideram
bons condutores, se acham que estão na média, ou acima ou abaixo da
média. Verá que a maioria, senão todos, dirão que são os
melhores condutores e que aestão acima da média. Eu própria fiz
este teste. Mas não seria lógico que 100% das pessoas estivessem
acima da média, pois se todos estão acima, qual é o grupo que
forma a média? Ninguém? Isso não é uma média matemática!
Se quiser
continuar com esta brincadeira de testar os seus amigos e familiares,
faça outra pergunta: “Considera-se mais sério que os outros
colegas da empresa onde trabalha?”. Vai fazê-lo sorrir, quando
todos responderem: “Sim, eu sou muito sério, trabalho melhor, mais
rápido que a maioria dos meus colegas.”. Novamente, para alguém
estar acima da média, é preciso existir um grupo que forma esta
média. Mas que grupo é este a que ninguém confessa pertencer?
Todos se sentem no direito de pertencer á metade superior da
população.
Agora que
entendeu e aceitou que o antídoto para a depressão passa pelo
caminho dos pensamentos melhorados, ou seja, um pouco de
reestruturação cognitiva mudará o seu estado de ânimo sem
prejudicar a qualidade das suas decisões e julgamentos. Eu sugiro
conceder as seguintes permissões á sua mente:
- Mesmo
que seja um total fracasso numa actividade específica, sinta-se no
direito de viver muito bem sem isso. Por exemplo, digamos que é
péssimo no futebol, ou péssimo em decoração de interiores. Mas
quem disse que na sua profissão é necessário jogar futebol ou
decorar a sala? Pode perfeitamente jogar aos fins de semana e morrer
de rir da sua falta de habilidade. E pode usar os talentos que possui
para ganhar a vida e contratar um decorador. Ninguém pode ter
talento para tudo. Cada um de nós é especial e único.
- Deite
fora a dôr dos fracassos, não queira ser perfeito. Aceite-se como
é, na realidade. Remoer as suas lacunas só o deixará deprimido.
- Garanta
um lugar de destaque na sua memórias para as coisas boas a seu
próprio respeito. Nunca se esqueça das boas notas que teve, da
ajuda que deu a alguém, dos momentos felizes que passou.
- Dê-se
a si próprio o direito de ter esperança. Jamais um apaixonado (e
não depressivo) torcedor dirá que a sua equipa irá perder. Ele
espera que ganhe, e acredita que ganhará. Ser realista neste momento
não será útil, dizer “eu gostaria que a minha equipa ganhasse,
mas sei que não ganhará” só fará com que fique prostrado na
poltrona e que nem ligue a TV. A esperança pode assim ser
contaminada pelos nossos desejos. Preferir ser chamado para o tal
emprego, pode-se transformar em esperança de ser chamado. Assim essa
esperança se transformará em mais dedicação da sua parte tanto na
entrevista como na execução das suas tarefas quando já estiver no
cargo. Esta dedicação se transformará em qualidade profissional
que se transformará numa bela carreira. E você num belo e orgulhoso
profissional, que ama o que faz e que se sente bem em acordar de
manhã, para realizar as suas actividades.
Faça-o
com fervor. Mude os seus pensamentos, e mudará a sua vida.
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