Quanto menos as pessoas sabem, mais teimam que sabem.
A
pessoa inteligente hesita, pondera, vacila. A pouco inteligente nunca
vacila, nunca hesita. Quando o sábio sussurra, o tolo simplesmente
anuncia aos quatro ventos. Por isso se diz: “Deus Deu-nos duas
orelhas e apenas uma boca”. Ouça mais, do que fala!
“A
verdade” é só um jeito de falar. Não existe nada que tenha o
rótulo de “verdade” e que um dia seja descoberta por si, em que
abrirá a caixa e verá o conteúdo, dizendo: “Maravilha! Descobri
a verdade!” Essa caixa não existe. A sua existência é a verdade
e, quando está silencioso, está na verdade. E se o silêncio for
absoluto, então você é a verdade suprema.
Mas
não pense na verdade como um objecto. Ela não está lá, está
aqui. Nunca existiu uma pessoa como você antes, não existe ninguém
neste mundo como você agora e nem nunca existirá. Veja só o
respeito que a vida tem por si. Você é uma obra de arte —
impossível de repetir, incomparável, absolutamente única.
Cada
dia traz os seus próprios problemas e desafios. Cada momento traz as
suas próprias perguntas. E se tem respostas prontas na cabeça,
sequer será capaz de ouvir as perguntas. Estará tão cheio de
respostas que será incapaz de ouvir. Você não estará acessível.
Muitos
dos nossos problemas — talvez a maioria deles — existem porque
nunca olhamos para eles de frente, nunca os enfrentamos. Ficar com
medo deles, não olhar para eles e viver tentando evitá-los só
serve para lhes dar mais força. Assim, estará a aceitar que eles
são reais. A sua aceitação é a existência deles. Sem a sua
aceitação, eles não existiriam.
Pare
de se julgar. Em vez disso, comece a aceitar-se com todas as suas
imperfeições, as suas fragilidades, os seus erros e os seus
fracassos. Não queira ser perfeito. Isso seria, simplesmente, querer
o impossível e, assim, ficaria frustrado. Afinal, você é um ser
humano.
Não
se preocupe com a perfeição. Substitua a palavra “perfeição”
por “totalidade”. Não pense que tem que ser perfeito, pense que
tem que ser total. A totalidade dará uma dimensão diferente. Existe
uma enorme diferença entre perfeição e totalidade. A perfeição é
uma meta a atingir no futuro, a totalidade é uma experiência no
aqui e agora. A totalidade não é uma meta, é um estilo de vida.
A
maior calamidade que pode acontecer a uma pessoa, é ficar séria e
prática demais. Um pouco de loucura e de excentricidade só faz bem.
A
existência não é um problema que precisa de ser solucionado, é um
mistério a ser vivido. Eé necessário que esteja perfeitamente
consciente da diferença que existe entre um mistério e um problema.
O problema é algo criado pela mente. O mistério é algo que
simplesmente existe, não foi criado pela mente. O problema tem algo
de feio, como uma doença. O mistério é belíssimo. Com o problema,
imediatamente surge a luta. Tem de ser resolvido. E algo errado, tem
que ser reparado. Algo está a faltar, tem que providenciar o elo que
falta. Com o mistério, nada disso é necessário.
A
Lua aparece à noite… Isso não é um problema, é um mistério.
Tem de conviver com ele. Tem que dançar com ele, tem que cantar com
ele ou pode, simplesmente, ficar em silêncio com ele. Algo de
misterioso o envolve a si.
Continua
a sonhar, imaginando coisas bonitas para os dias que virão, para o
futuro. E nos momentos em que o perigo é iminente, então percebe de
repente que pode ser que não haja futuro nenhum, amanhã nenhum e
que este é o único momento que tem. Os tempos de desastre são
extremamente reveladores. Eles não trazem nada de novo para o mundo
— simplesmente fazem com que fique consciente do mundo como ele é.
Eles o despertam. Se não entender isso, pode enlouquecer. Se
entender, pode ser que desperte.
Arrisque
tudo, pois o momento seguinte não é uma certeza. Então, porque
importar-se com ele? Por que se preocupar? Viva com prazer. Viva sem
medo, viva sem culpa. Viva sem nenhum medo do inferno ou sem ansiar o
céu. Simplesmente viva.
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