A Terapia
do Riso ou Risoterapia
procura recuperar no universo da infância a condição de
espontaneidade em que vive a criança, o que lhe proporciona a
oportunidade de rir sem esforço pelo menos 250 vezes diariamente.
Esta terapêutica, ao instaurar o contacto entre o adulto e sua
criança interior, procura alcançar este estado de
constante busca do novo, da aprendizagem, da prosperidade emocional,
do qual estão excluídas a monotonia e os hábitos condicionados do
dia-a-dia.
Uma sessão de terapia do riso é
uma forma terapêutica que permite libertar, de uma maneira lúdica e
alegre, as tensões internas e conseguir a renovação pessoal de uma
forma holística.
Através deste processo,
utilizando-se diferentes atividades e dinâmicas, as pessoas são
conduzidas a um estado de desinibição para chegar à gargalhada com
o objetivo de realizar uma descarga emocional, desenvolver o sentido
de humor, treinar novas capacidades pessoais e conseguir viver em
harmonia física, psíquica, emocional e espiritual.
Esta Terapia é ancestral na porção
oriental do Planeta, mas muito recente no Ocidente. Nos anos 60 houve
o registo da recuperação de um paciente afectado por uma grave
enfermidade degenerativa, o norte-americano Norman Cousin, que na
época se submetia à prática da Terapia do Riso, influenciando a
sua progressão pelo mundo. Existe desde então, uma grande afluência
dos adeptos desta terapêutica, inovada nos meios médicos ao levar
para o interior dos hospitais e escolas o exercício do humor como
método para alcançar a cura dos pacientes.
Acredita-se que o riso e
gargalhadas, podem agir como um complemento na conquista do bem estar
físico e psíquico do ser humano, seja qual for a doença que o
afete. É comum ouvirmos o relato de pacientes com câncer, por
exemplo, que ao encarar com bom-humor e fé a enfermidade, e que
conquistam mais rapidamente a cura, até mesmo nos casos mais graves.
Esta terapia não se baseia apenas
em dados filosóficos, mas também em elementos científicos. O riso
envia ao cérebro um comando, por meio do hipotálamo, para que ele
produza um grupo de substâncias conhecidas como endorfinas, mais
especificamente as betas endorfinas. Elaboradas nas ocasiões em que
as pessoas se encontram bem-humoradas, elas detêm um potencial
analgésico, semelhante ao da morfina, porém com um potencial cem
vezes mais ampliado.
Assim, o mero sorriso ou a risada
bastante prolongada – quanto mais enérgica melhor para a saúde –
provoca o aparecimento de uma corrente de endorfinas, o que
imediatamente traz ao organismo um estado de libertação das
tensões, um sentimento de tranquilidade orgânica, psíquica e
emocional. Qualquer manifestação de alegria, pensamentos e
sentimentos serenos, atitudes de auxílio e de estímulo aos que
delas necessitam, já basta para o desencadeamento desse processo.
Neste estágio optimista o Homem
torna-se mais apto a conquistar as modificações interiores
necessárias, saindo um pouco de sua postura exclusivamente racional,
para penetrar nos domínios da atração magnética, da criatividade
e da sincronicidade, conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para
indicar os eventos que se interconectam por laços significativos, ou
seja, que são coincidências não aleatórias, as quais ocorrem
justamente através da sintonia com as forças positivas que regem o
Universo.
Há os risos positivos e os
negativos. Os primeiros desencadeiam sentimentos e reações
edificantes, como o sorriso aberto, que traduz lealdade; o
verdadeiro, que traz consigo a firmeza de ânimo; o largo, imbuído
pela bondade humana; o constante, que revela a personalidade
vigorosa; e o contagiante ou vibrante, que estimula os outros a
rirem. Os demais não causam a produção de endorfinas, pois são
artificiais – como o riso de boca fechada, típico dos que não
sabem o que dizem; o de lado, próprio do ser dissimulado; o falso,
esboçado com o rosto imobilizado; e o rápido, os tímidos e os que
só veem o lado negativo da existência.
A Yoga do Riso
O Yoga do Riso (Hasya
Yoga) é uma atividade de
catarse coletiva através do riso, dinamizada por um Líder de Yoga
do Riso e com um grupo de cerca de 15 pessoas. Começa com uma curta
introdução sobre os benefícios do riso e os mitos que nos impedem
de rir livremente sem motivo aparente.
Então, a sessão continua com
alongamentos, exercícios de respiração vindos do Yoga e exercícios
de simulação do som da gargalhada: a gargalhada do macaco, a
gargalhada da pulga, a gargalhada do “passou-bem”… No início,
os participantes só precisam de emitir o som, mas gradual e
espontaneamente, o riso natural começa a aflorar.
Depois o contágio é inevitável.
Segue-se o momento de relembrar a
sessão, uma cerimónia de encerramento com mensagens de optimismo e
uma curta meditação pela paz em todo o mundo.