Paganismo
vem sim da palavra latina paganus,
mas podemos traduzi-la melhor como aldeão do que como camponês. Na
época do Império Romano, aldeão e camponês eram conceitos
praticamente indistintos, as aldeias ficavam no campo, os poucos
centros urbanos eram inspirados na cultura romana ou grega, pouco
tendo a ver com a cultura do povo local. Prosperava quem se
integrasse ao modus vivendi romano.
Hoje, aldeão é quem mora num pequeno centro urbano, mas ainda assim
um centro legitimamente urbano; e camponês, quem mora no campo.
Ainda
assim, PAGANISMO não é a cultura de quem mora ou morava em pequenos
centros urbanos. Para compreender isso, precisamos recuar mais no
tempo e analisar a palavra grega para pagão.
Em
grego, lingua mãe do latim, pagão é xênos
(xenoj), que também significa estrangeiro. Nada mais lógico para o
contexto, pois o PAGANISMO
seria
a crença do estrangeiro.
Mas
que estrangeiro seria este?
Não
o cristão, pois o cristianismo ainda não existia; não o muçulmano,
pois o islamismo ainda não existia. O que havia era a religião de
cada local, a religião da TERRA
do estrangeiro.
Muito
lógico para uma época pré messiânica, em que a religião era uma
expressão cultural de um povo. Assim era com os judeus, assim era
com cada cidade do Egipto antigo mesmo após a unificação e assim
foi com os povos conquistados pelo Império Romano até a conversão
compulsória ao cristianismo.
Paganus
vem de pagus, e pagus significa terra, não no sentido de área
rural, como já ouvi alguns dizerem, mas no de espaço geográfico, o
que é plenamente coerente com o conceito grego de pagão.
Para
os romanos, como conquistadores do mundo da sua época (ignoravam os
orientais), pagão era aquele que mantinha a religiosidade típica da
região conquistada, não adotando os Deuses romanos (posteriormente
o cristianismo), ou seja, paganismo
era nada mais que a religião do povo local.
Considerar
o PAGANISMO como a religião da gente simples do povo é, portanto,
mais do que um embaraço com as palavras, é um erro que traz o risco
de ignorar um dos fundamentos mais universais do paganismo: o
respeito às especificidades locais da religiosidade, o espírito da
TERRA que fala através de seus habitantes.
Paganismo,
para nós, assim como para os antigos romanos, é
o conjunto de crenças locais, a forma de religiosidade autêntica
encontrada em cada grupo cultural.
O
Paganismo não é uma religião única, mas um termo que engloba
todas as religiões que se baseiam no culto à Terra, à Natureza, às
divindades naturais. O termo pagão foi generalizado a todos aqueles
que não fossem batizados, mas o fato é que o significado do termo é
bem mais profundo. Pagão vem do latim pagus ou paganus, que
significa, basicamente, “morador do campo” ou “aquele que vive
no campo”. Isso porque os povos do campo celebravam as colheitas,
tinham sua religiosidade própria; não eram cristãos. Esse foi o
termo utilizado pelos cristãos para denominar as pessoas que
praticavam os rituais ligados à Natureza. Assim, quando alguém se diz
pagão ou neo-pagão, está dizendo que sua religiosidade está
ligada ao conceito que tem de sacralidade da Terra, e não que é
contra o Cristianismo ou é satanista. Aliás, Satanismo nada tem a
ver com Bruxaria, a não ser por definições pejorativas e cristãs.
É preciso
entender que Bruxaria, Wicca, Bruxaria Tradicional, Bruxaria Eclética
e outros termos, são religiões (para alguns) e ofícios (para
outros) que envolvem o resgate de conceitos e práticas pré-cristãs
voltadas à natureza + o uso de magia. Assim, podemos dizer que o
Caminho faz parte do Neopaganismo, que por sua vez seria o resgate de
práticas pré-cristãs ligadas à Terra.
Actualmente,
O paganismo, é um termo utilizado para identificar uma grande
variedade de movimentos religiosos modernos, particularmente aqueles
influenciados pelas crenças pagãs pré-cristãs da Europa.
Paganismo,
numa forma de continuidade histórica marginal (à margem da religião
que se auto-afirmava como única verdade no Ocidente, a cristã).
(...) Este uso tem sido comum desde o renascimento neopagão na
década de 1970, e agora é usado para identificar novos movimentos
religiosos que enfatizam o panteísmo e a veneração da natureza,
e/ou que procuram reviver ou reconstruir os aspectos históricos do
politeísmo (Vários Deuses).
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