São Cipriano, foi santo
pelo sacrifício que fez em função da sua fé, tendo pago com a
vida o preço da sua crença em Deus e em Jesus Cristo. Sao Cipriano
foi por isso mártir.
Foi neste ambiente
social, religioso e cultural (como descrito abaixo) que Cipriano
nasceu. Cipriano, Filho de Edeso, ( pai), e Cledónia , ( mae),
nasceu em 250 d.C. Era descendente de uma prospera família e filho
de pais abastados e crentes das divindades pagas , que cedo o
entregaram ao sacerdócio de Deuses.
Cipriano entrou assim em
contacto com as ciências ocultas, e aprofundou afincadamente os seus
estudos de feitiçaria, rituais sacrificiais e invocações de
espíritos, astrologia, adivinhação, etc.
Cipriano nutria uma
verdadeira vocação e gosto pelos estudos místicos e religiosos.
Assim, Cipriano dedicou a sua vida ao estudo das ciências ocultas,
sendo que ficou conhecido pelo epíteto de o «feiticeiro». Cipriano
alcançou grande fama e o seu nome foi reconhecido enquanto um
poderoso feiticeiro, capaz de grandes prodígios.
Por volta dos seus 30
anos, Cipriano encontra-se na Babilónia, onde encontra a bruxa
Èvora.
Estudando com ela,
Cipriano desenvolve as suas capacidades premonitórias e outras
matérias sobre as artes da bruxaria segundo as tradições místicas
dos Caldeus.
Após o falecimento da
Bruxa Évora, Cipriano herda os seus manuscritos esotéricos, dos
quais extrai muita da sua sabedoria oculta.
Ao fim de algum tempo,
Cipriano já domina as artes das ciências de magia negra,
contactando demónios. Diz-se que se tornou amigo intimo de Lúcifer
e Satanás, para os quais conseguia angariar a perdição de muitas
belas e jovens mulheres, o que muito agradava aos diabos, que em
troca lhe concediam grandes poderes sobrenaturais.
A sua História:
São Cipriano,
chamava-se na verdade Tascius Caecilius Cyprianus. São Cipriano
nasceu na cidade de Antioquia, hoje a Turquia.
Antioquia era a terceira
maior cidade do império romano, conhecida pelos seus hábitos de
devassidão e depravação, o que por vezes causou dores de cabeça
ás administrações imperiais de Roma, presentes naquele território.
Antioquia era uma cidade
antiga erguida na margem esquerda do rio Orontes, na Turquia. Foi
nesta cidade que, São Paulo pregou o seu primeiro sermão numa
Sinagoga nos tempos em que o Cristianismo era apenas uma pequena
seita religiosa; foi igualmente em Antioquia que os seguidores de
Jesus foram chamados de Cristãos pela primeira vez.
Nesta metrópole
conhecida por "Antioquia, a bela", ou a "rainha do
Oriente", ( tal era a beleza da arte romana e do luxo oriental
que se fundiam num cenário deslumbrante), a população era
maioritariamente romano -helénica, e o culto dos deuses era a
religião oficial.
Alguns dos cultos
religiosos mais populares estavam associados a deusas do amor e da
fertilidade, o que explica que a lascívia e a libertinagem eram
praticas famosas nesta cidade.
Cipriano não se limita
aos seus estudos no sacerdócio em Antióquia, e desejando aprofundar
os seus estudos ocultos,viaja pelo Egipto e pela Grécia, angariando
conhecimento com vários mestres e sacerdotes místicos; ele estuda
desde as mais ancestrais técnicas astrológicas, á numerologia
hebraica, etc.
Como se converteu ao
Cristianismo?
Com esse poder infernal,
Cipriano construiu uma carreira de bruxo com grande fama, produzindo
grandes feitos, o que lhe valeu uma imprecedível reputação de
grande feiticeiro.
Muitas pessoas de todos
os quadrantes geográficos procuravam os seus serviços místicos e
os seus ganhos financeiros eram assinaláveis.
Cipriano foi autor de
diversas obras e tratados místicos, e era já um feiticeiro
respeitado, reputado e temido, quando foi contactado por um rapaz de
nome «Aglaide», ( ou Adelaide).
O rapaz estava
ardentemente apaixonado por uma belíssima donzela Cristã de nome
Justina.
Sendo rico, Aglaide
rapidamente encontrou o consentimento dos pais de Justina quanto a um
casamento com ela, contudo a donzela professava uma forte fé cristã
e desejava manter a sua pureza, oferecendo a sua virgindade a Deus.
Por esse motivo, Justina recusou-se casar.
Desgostoso mas com forte
determinação em possuir Justine, Adelaide encomendou os serviços
espirituais de Cipriano.
Cipriano usou de toda a
extensão da sua bruxaria para fazer Justine cair nas tentações
carnais, levando-a a abrir-se e oferecer-se a Aglaide, ao passo que
renunciando á sua fé Cristã.
Cipriano fez uso de
diversos trabalhos malignos, e contudo nenhum deles surtiu qualquer
efeito.
Para espanto de
Cipriano, todo o batalhão de feitiços que usava era repelido pela
jovem rapariga apenas através do sinal da cruz e das suas orações
Acostumado a fazer belas
moças cair na tentação da carne e assim a leva-las a entrar pelos
caminhos da luxúria, conquistando-as para si mesmo, ( a favor do
diabo, a quem com a perversão lhes vendia as almas ), ou para as
abrir a quem lhe encomendava os serviços de feitiçaria, Cipriano
não consegue entender o que se estava a passar.
Ele encontrou muitas
dificuldades, e noite após noite visitava a jovem Justina com a sua
infernal quantidade de feitiços. Nada resultou.
Cipriano desiludiu-se
profundamente com as suas artes místicas que ate então tinham
funcionado tão forte e infalivelmente, para agora se verem
derrotadas por uma mera donzela com fé no Deus de Cristo.
Aconselhado por Eusébio,
( um amigo seu), e observando o poder da fé de Justine, Cipriano
concerteu-se ao Cristianismo.
Assim fazendo-o, o
feiticeiro destruir todas as suas obras esotericas e tratados de
magia negra, assim como ofereceu e distribuiu todos os seus bens
materiais e riquezas aos pobres.
Depois de se converter,
Cipriano ainda foi fortemente atormentado pelos espíritos de bruxas
que o perseguiam, mas teve fé e assim afastou de si tais aparições
que apenas o pretendiam reconduzir aos caminhos da feitiçaria.
A fama de Cipriano era
contudo grande e as noticias da sua conversão ao cristianismo
chegaram á corte do Imperador Diocleciano que á data tinha fixado
residencia na Nicomédia.
O seu Fim e Devoção á Fé
Cipriano e Justina foram
perseguidos, aprisionados e lavados ao imperador, diante do qual
foram forçados a negar a sua fé.
Justina foi despida e
chicoteada, ao passo que Cipriano foi martirizado com um açoite de
pentes de ferro.
Mesmo com a carne
arrancada do corpo a cada flagelação do chicote com dentes de
ferro, Cipriano não renegou a sua fé, e Justina manteve-se
sofredoramente fiel a Deus.
Perante a recusa de
Cupriano e Justina em renunciar á fé, o imperador ordenou a sua
condenação á morte.
Cipriano e Justina foram
decapitados a 26 de Setembro de 304 d.C, juntamente com um outro
mártir de nome Teotiso. Aceitaram a sua execução com grande fé e
serenidade, tendo falecido com coragem e dignidade.
Os seus corpos nem
sequer foram sepultados, e ficaram expostos por 6 dias. Um grupo de
cristãos comovidos pela barbaridade, recolheu-os.
Conclusão
Todo percurso de São
Cipriano é um verdadeiro hino á vida no esplendor da sua
existência:
Do Diabo a Deus, dos
anjos aos demónios, da feitiçaria é fé crista, da magia negra á
magia branca, em tudo São Cipriano mergulhou, estudou e viveu.
Do pecado á virtude, da
luxúria á santidade, da riqueza á pobreza, do poder á
martirização, se alguém é digno de um percurso existência
completo, rico e enriquecedor, eis que este santo assim o representa.
Controverso e polémico,
em São Cipriano a própria noção de evolução espiritual através
da profunda vivência das mais diversas realidades espirituais, ( do
mais profano excesso, á mais sacrificada ascese), encontra corpo na
vida e obra deste feiticeiro e mártir.
Outras figuras houveram
como ele ao longo da história:
A história está
repleta de santos que foram pecadores, e de grandes pecadores que se
tornaram santos.
São Cipriano é também
um desses exemplos da natureza humana em toda a sua complexa
extensão:
de pecador dedicado á
feitiçaria, conquistando pela bruxaria belas mulheres para as
entregar ás mãos do Diabo e da luxúria, chegou a santo na mais
devota assunção do termo.
Muito mais que apenas um
feiticeiro, ou apenas um santo: é um símbolo da mais íntima
natureza humana, na sua ampla dualidade.
O dia de São Cipriano é
celebrado a 2 de Outubro, sendo que na última noite desse mesmo mês,
a 31 Outubro( para 1 Novembro, a noite mais longa do ano), é
celebrado o dia dos mortos, ou o dia das bruxas. O mês 9 de todos os
anos, é um mês de profunda tradição na bruxaria.
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