Os exercícios devem
ser feitos diariamente pelo menos durante alguns minutos,
introduzindo-se gradualmente (por exemplo, de mês em mês) na ordem
dada, para disciplinar a mente e auxiliar na evolução da meditação,
ajudando no auto-controle e observação:
1. Controle do
pensamento.
Trata-se de se
concentrar o pensamento em algo muito simples do mundo real, podendo
ser um objeto como um lápis, um alfinete, um sapato, etc. Deve-se
pensar em tudo, no que diz respeito ao objeto escolhido e evitar
todos os pensamento que não lhe digam respeito. Pode focar-se em
aspectos, como quais as partes que compõem o objeto, as formas do
mesmo, os materiais de que é feito, quando o objeto foi inventado,
o seus uso, etc., e recomendo particularmente que se faça este
exercício sobre objetos artificiais, que são fruto do pensamento
humano e podem ser totalmente compreendidos. Quem pratica este
exercício, percebe como o nosso pensamento tem asas, e quer voar
por paragens que não pretendíamos visitar. É necessário
continuamente forçá-lo a voltar ao tema central escolhido.
2. Controle da
vontade.
Trata-se de tomar
uma decisão de realizar algo fisicamente, e cumpri-la. Assim, em
vez de se ser dirigido por eventos exteriores, executa-se algo por
decisão exclusivamente própria. Para isso, é importante escolher
uma ação que não tenha nada com a vida normal. Um bom exercício,
é decidir-se por executar no dia seguinte uma ação trivial; posso
citar nesse sentido, ações como rodar um anel no dedo, ou o
relógio no pulso, ou olhar para as nuvens, ficar nas pontas dos
pés, etc. Este exercício deve ser feito, sempre em momentos
determinados do dia, tais como uma certa hora (não é preciso ser
exato ao minuto), logo ao acordar, antes de uma refeição, ao abrir
a porta de casa, etc.
3. Serenidade nos
sentimentos.
É importante para a
meditação posterior, que a alma adquira serenidade, tornando-se
soberana em relação ao prazer e à dor. Não se trata de não se
sentir sentimentos profundos, mas sim que eles não nos coloquem
fora de controle. Isto é, devemos ter sentimentos, mas não deixar
que eles nos "tenham/possuam". Exemplos de perda de
controle são entrar-se em desespero, chorar copiosamente, ou ficar
fora de si de alegria. Mas também é importante evitar sentimentos
ligados à futilidade, raiva, etc. Desapegar-se desses estados
emocionais desequilibrados. Adquirir equilíbrio e serenidade.
Trata-se de ficar consciente dos próprios sentimentos, devendo ser
praticado sempre que tais manifestações possam ocorrer.
4.
Positividade.
Trata-se de
encontrar em qualquer situação o que é belo ou bom, no meio do
que é mais feio ou maldoso. De fato, não há praticamente nada no
mundo que seja 100% feio ou mau. Chama-se a atenção para não se
cair em falta de discernimento, confundindo o mau com o bom, e sim
reconhecer que sempre há um lado bom em tudo, por menor que esse
lado seja.
5. Abertura
(receptividade) e imparcialidade.
Deve-se sempre estar
aberto a todas as novidades, por mais absurdas que possam parecer. A
atitude correta é dizer-se "parece estranho, mas vou
investigar", eliminando-se preconceitos. É possível sempre
aprender-se algo de novo "de cada sopro de ar, de cada folha".
Não se deve ignorar experiências passadas; por outro lado, deve-se
sempre estar pronto a adquirir novas experiências.
6.
Harmonização.
Os 5 exercícios
anteriores devem ser praticados adicionando-se um a um
paulatinamente; cada novo exercício deve ficar em destaque, sem que
se abandonem os anteriores. Quando se tornarem parte do seu
dia-a-dia, deve procurar produzir um equilíbrio entre os
exercícios, com a finalidade de passarem a fazer parte da sua
própria natureza.
Ex: Meditação
sobre objetos físicos com conteúdo espiritual. Um exemplo desse
caso é observar-se uma semente e mentalmente, imaginar-se a ser
como ela , a germinar com a humidade, começa a crescer, forma o
caule, ramos e folhas, talvez flores e frutos, e acaba perecendo.
Creio que o ideal é ter junto de si, durante este processo, um vaso
ou por exemplo um feijão, deixando que germine sobre algodão com
água, depois plantá-lo num vaso e acompanhar o seu crescimento.
Assim a imaginação tende a unir-se o máximo possível à
realidade. Esse processo evolutivo de uma planta não se dá por
causas puramente físicas; este exercício mental, coloca a pessoa
em contato com uma realidade não-física. Além disso, sai-se da
nossa percepção sensorial que é sempre instantânea e parcial.
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