A
auto-confiança é um contributo importante na formação da nossa
identidade. A confiança pode ser considerada uma competência
extremamente importante na vida de cada um de nós. Sem um sentimento
de auto-confiança em si ou sem ter confiança nas suas habilidades e
capacidades, certamente sente-se incapaz de realizar aquilo que
deseja. Num estado de dúvida e incerteza nas suas capacidades a vida
torna-se mais difícil, os comportamentos e atitudes são
inevitavelmente afectados negativamente. Emergem dúvidas, os receios
e medos passam a comandar a vida, e os pensamentos negativos passam a
ser uma constante. A estrutura mental vai enraizando uma forma
negativa de processar a informação, os estímulos, situações e
desafios na vida, são visto à luz do pessimismo.
Mas,
nem sempre, nem nunca. Ainda que cada um de nós tenha um determinado
nível de auto-confiança (uns mais, outros menos), ninguém por
certo, está sempre confiante em todas as situações, em qualquer
momento e em tudo na vida. O oposto é igualmente verdadeiro, ninguém
tem a sua auto-confiança sempre diminuída, em todas as situações,
em qualquer momento e em tudo na vida.
Uma
forma saudável e funcional de olhar para a nossa auto-confiança, é
percebê-la em termos de grau. Sempre que perceba que está a
retrair-se ou a evitar algo por julgar que não está suficientemente
confiante em si para lidar ou enfrentar a situação, questione-se em
termos de grau, usando uma escala entre (0-10)
Por
exemplo:
“De 0 a 10, quanto me sinto confiante para o exame de matemática?”

Ao
olhar para a sua auto-confiança em termos de grau, permite
distanciar-se de si mesmo, promove a descentralização do problema
como se ele existisse fora si, ou fosse algo que pode ser trabalhado
e consequentemente melhorado. Tal como no exemplo anterior, caso o
seu grau de confiança fosse de “5″, poderia estudar mais e pedir
explicações da matéria para o que ainda tivesse dificuldade,
tentando elevar o seu grau de confiança para “8″. Mas, o
problema da auto-confiança diminuída complica-se, quando mesmo
estudando tudo ao pormenor, a pessoa continua sem confiança em si
mesmo para no dia do exame conseguir expressar o que sabe. Isto quer
dizer, que a auto-confiança estabelece relação com as crenças que
a pessoa tem em si, com aauto-estima, timidez, ou com alguns medos
que possam existir, como por exemplo o medo de falar em público,
fobia social, ansiedade generalizada. Todas estes traços individuais
influenciam e são influenciados, podendo contribuir para os seus
problemas pessoais.
Para se tornar numa pessoa auto-confiante, é importante levar todos os
aspectos anteriores em consideração. No entanto, o que mais importa
é perceber que todos podem ser melhorados, trabalhando diariamente
em algumas estratégias, que permitem ir percebendo que é capaz de
realizar aquilo que deseja para si.

Apresento
em seguida 10 formas simples para melhorar a sua auto-confiança:
1.
MELHORAR A SUA PREPARAÇÃO FÍSICA:
O corpo é o nosso templo, é onde tudo acontece e tudo se passa. Nós vivemos no nosso corpo e com o nosso corpo. As imensas funções e funcionalidades que tem, damos praticamente por garantidas. Está sempre a trabalhar em prol da nossa sobrevivência 24/24 horas. E, nos momentos em que falha, é nele que mais pensamos e mais apelamos para que volte a funcionar devidamente para que possamos levar a vida para a frente, sentido-nos bem. Mas, o que é que na grande maioria das vezes fazemos? Muitas vezes esquecemos que temos um corpo que necessita de ser cuidado conscientemente por nós! E você, tem cuidado do seu corpo? O mesmo será perguntar, se tem cuidado de si e da sua saúde?
Citação:
Nenhum cidadão tem o direito de ser um amador em matéria de treino
físico! Que desgraça é para o homem envelhecer sem nunca ver a
beleza e a força do que o seu corpo é capaz. – Sócrates
Este
é um imperativo, por uma razão simples, se não estiver em forma,
não está saudável. Se você não está saudável, não pode
aproveitar a vida tanto quanto uma pessoa saudável consegue. Se você
não pode desfrutar da sua vida ao máximo, provavelmente a sua
auto-confiança pode ser afectada. Não pretendo com este tipo de
discurso passar a mensagem de que quem tem algumas condicionantes
físicas não possa ser auto-confiante. O que digo, é que todos nós,
e até mesmo os que infelizmente possuem algumas limitações
físicas, em determinado grau beneficiamos todos de algum tipo
de exercício físico.
Se
está em busca de um impulsionador da confiança permanente, pode por
exemplo livrar-se do excesso de gordura alojado na sua barriga e
obter uma barriga mais lisa. Se já tem uma barriga lisa, exercite-a
e coloque-lhe algum músculo. Se sobe um lance de escadas e fica
extremamente ofegante, faça caminhadas. Se por acaso já é adepto
dos ginásios, óptimo, continue a fazê-lo. Se ainda não olhou
seriamente para os benefícios do exercício físico para a sua saúde,
saiba agora que é um factor que deve levar em consideração. Comece
o quanto antes a mexer-se, pela sua saúde e veja a sua confiança a
melhorar também.

2.
EXPANDIR A SUA ZONA DE CONFORTO
A
auto-confiança pode beneficiar da experiência. Claro que também
pode ser afectada por experiências negativas de vida, inibindo-nos
os movimentos e as tomadas de iniciativa. Mesmo perante
acontecimentos negativos de vida, ficar paralisado e optar por
evitar, só piora a situação em que nos encontramos. Se tem noção
que a sua baixa auto-confiança afecta-o no seu dia a dia, pondere
expandir a sua zona de conforto. Faça um contrato com o seu passado,
deixando-o onde ele pertence: no
Passado.
Depois disso, decida-se a avançar, decida-se a expandir a sua zona
de conforto. proponha-se a experimentar coisas novas, coisas que lhe
parecem ser difíceis de executar, e experimente fazer. Por cada uma
que verificar que consegue ser bem sucedido a sua auto-confiança
agradece.
Citação:
Não é porque as coisas são difíceis que não ousamos, é porque
não ousamos que elas são difíceis. – Lucius Annaeus Seneca.
A
auto-confiança piora com o isolamento, quando evita as situações
temidas e difíceis de realizar. A pessoa vai restringindo a sua
vida, ao ponto de correr o risco de entrar numa espiral negativa,
afectando até algumas das coisas que anteriormente se sentia
confortável a fazer. Certamente, se estiver evitando as situações
que o fazem sentir-se desconfortável, nunca irá tornar-se
confiante.
Se
melhorar a sua auto-confiança é difícil para si, provavelmente é
porque passou a evitar qualquer situação que poderia ajudá-lo a
tornar-se mais confiante. Enfrente os seus medos e torne isso num
hábito diário. Cada vez que evita uma situação em que se sente
inseguro, estará basicamente a dizer: “Eu não quero ser
confiante, prefiro ser tímido.”A escolha é sua!
3.
ACALMAR-SE
Com
a consciência da nossa baixa auto-confiança, inevitavelmente o
nosso corpo reage a esse estado, sentindo ansiedade. Num estado
ansioso, os cenários antecipatórios emergem na mente, normalmente
são cenários negativos e até catastróficos. A excitação, tensão
e ansiedade vai aumentando, podendo atingir níveis que toldam a
clareza de pensamento. Numa situação do dia a dia, quando sentimos
o corpo num estado de alerta elevado, emergem ainda mais as sensações
de incapacidade de lidar com a situação temida. A mente começa a
tecer pensamentos a 100 à hora, e o corpo segue esse impulso.
Fica-se mais agitado, desesperado e a capacidade de tomar decisões
diminui. Perante
tal estado incapacitante, o que fazer?
A
resposta é:
acalmar-se.
Vive
a sua vida numa corrida constante? Se assim for, está sempre a
correr para algum lugar, e com isso aumenta a probabilidade de ficar
nervoso e stressado. Num estado de tensão, o sentimento de confiança
é afetado, diminuindo.
Provérbio:
Tensão é quem você pensa que deveria ser. O relaxamento é quem
você é. – provérbio Chinês
Aprenda
a relaxar. Gaste pelo menos 30 minutos por dia para relaxar. Quer se
trate de ouvir música, ler livros, andar, correr, técncas de
relaxamento, meditar, levantamento de pesos ou divertir-se com os
seus amigos, faça algo que o possa relaxar. O stress excessivo
diminui a sua auto-confiança.
4.
INTERAGIR COM OS OUTROS
Uma
das consequências da baixa auto-confiança, como já vimos
anteriormente é o efacto de evitar as situações, tarefas ou coisas
temidas. Esta forma de encarar o seu problema de auto-confiança
diminuída pode conduzi-lo a um outro problema de cariz social. Pode
começar a evitar interagir com os outros. Provavelmente devido à
sua timidez, ao seu receio de não saber o que dizer ou como
comportar-se. Isso vai minando a sua motivação para encontros
sociais e eventualmente para possíveis relacionamentos.
O
que deve evitar mesmo é tornar-se anti-social. Não estou a querer
dizer que se torna anti-social numa perspetiva hostil, mas sim porque
evita a vergonha, o constrangimento e a crítica. Esforce-se por não
se alienar do mundo. As redes socais que proliferam na Internet por
vezes podem contribuir para a desconexão com os outros. Gaste menos
tempo no facebook, menos tempo a ver televisão ou a navegar na
internet, e aposte mais no mundo físico. Não pretendo menosprezar a
utilidade da Internet como óptima ferramenta que é. Mas se está a
sofrer com a sua baixa auto-confiança, este não é o momento
apropriado para investir horas desmedidas atrás de um écran.
Ao
invés de meter conversa com alguém no Facebook, ou outras redes
sociais, obtenha o número de Telemóvel dessa pessoa, convide-a a
sair e façam algo de divertido juntos. Seja criativo e faça coisas
divertidas no mundo real. Torne a sua vida mais interessante e assim
aumenta as possibilidades de trabalhar eficazmente na sua
auto-confiança.
5.
DEIXE DE SE COMPORTAR COMO VÍTIMA
Quer
seja culpabilizando-se ou culpando os outros pela sua baixa
auto-confiança, está a desempenhar um papel de vítima. Por vezes
culpabilizamo-nos para evitar que os outros o façam por nós. Esta é
uma atitude negativa face ao problema que o afecta. Se pretende
tornar-se numa pessoa mais confiante, assuma de uma vez por todas a
dificuldade que tem. Importa para isso perceber as competências que
precisa de trabalhar no sentido de munir-se de estratégias que
possam ajudá-lo a enfrentar as situações temidas. A baixa
auto-confiança reveste-se de alguns medos disfarçados, apoiados por
uma ausência de aprendizagens de vários níveis.
Repare
que referi ausência de aprendizagens. E como já verificámos, pode
aprender a ser mais confiante. Mas para aprender a ser confiante, tem
de dar um passo importante que é abandonar a mentalidade de vitima.
6.
SER POSITIVO
As
pessoas que vivem uma vida mais feliz geralmente são mais
auto-confiantes. Além disso, elas tendem a ter uma vida social
bastante activa. Quem não quer estar em torno de uma pessoa
positiva?
Para
ser mais positivo na sua vida, importa estar motivado para caminhar
nesse sentido. Deve começar por monitorizar que tipo de discurso tem
consigo mesmo. Depois melhore o seu diálogo interno, diga coisas
construtivas, orientadas para a solução e para os resultados que
pretende alcançar. Deixe de dizer desculpe, eu não sei, eu não
consigo. Deve optimizar o seu dialogo interno e acabar de uma vez por
todas com o seu dialogo auto-critico mordaz.
Pouco
a pouco vá substituindo alguns dos seus pensamentos negativos por
pensamentos positivos. Trabalhando a positividade na sua vida e, com
uma atitude positiva em mente, irá com toda a certeza passar a ser
uma pessoa mais confiante.
7.
APRENDA PELA OBSERVAÇÃO E IMITAÇÃO
Em
psicologia a aprendizagem por observação tem o nome de aprendizagem
vicariante. Este tipo de aprendizagem está baseado na observação
de um modelo escolhido. Por outras palavras, ao observar alguém que
saiba que tem uma elevada auto-confiança, é possível aprender os
mesmos padrões de comportamento e tentar reproduzi-los na sua vida.
Claro, que com as devidas adaptações e adequações aos seus
próprios objectivos.
Aprender
pela observação e depois imitar as atitudes, comportamentos,
gestos, tom de voz ou formas de vestir do modelo são uma forma
rápida e eficaz de aprender aquilo que tanto deseja melhorar. Para
facilitar este processo, faça uma lista de cinco pessoas que conhece
e tem possibilidades de observar. Em seguida comece a reparar em
algumas particularidades, como por exemplo, as palavras que utiliza,
o seu ânimo, a forma de caminhar e dirigir-se ás pessoas, como é o
seu olhar, o tom de voz, que roupas veste, que assuntos aborda e com
que convicção fala acerca deles.
A
aprendizagem por observação evita muitos inconvenientes, chatices,
dissabores e tem ainda a vantagem de poder escolher o modelo que mais
admira, facilitando a implementação das atitudes e comportamentos
que admira.
Pode
ainda aprender as atitudes e formas de pensamentos das pessoas
confiantes, lendo biografias ou vendo filmes que abordem a temática.
8.
SEJA DECIDIDO, NÃO HESITE
As
pessoas confiantes, são igualmente decididas. Todas as vezes que
hesita, passa a imagem de alguém inseguro e tímido. Mesmo não
estando totalmente seguro se vai ser bem sucedido ou não, quando se
decidir a fazer algo, faça com toda a sua motivação e ímpeto.
Coloque energia, e encare o desafio, tarefa ou situação com uma
atitude positiva. Quanto mais hesitar, mais inseguro ficará (ou
seja, provavelmente não irá colocar-se num estado favorável).
Agir de imediato aumenta as chances de ser bem sucedido.
Citação:
Faça com que a sua mente aja decididamente e assuma as
consequências. Nada de bom é feito neste mundo pela hesitação. –
Thomas Huxley
Pedir-lhe
para agir decididamente quando se tem uma baixa auto-confiança,
parece paradoxal e impossível. Sim, até pode parecer, mas é isso
mesmo, uma percepção limitante das suas capacidades que
provavelmente não corresponde à realidade. Se conseguir colocar-se
num estado calmo, com uma atitude positiva, reforçando essa atitude
com um discurso assertivo e munido com as estratégias que aprendeu
por observação, certamente pode perceber que consegue ser mais
decidido. Quando se sentir mais capacitado para enfrentar alguma das
situações que o impedem de fazer aquilo que tanto deseja, não
hesite, avance com tudo. Experimente o que aprendeu, testando isso na
prática. Pode até acontecer não ter o resultado desejado. Volte a
tentar, pratique uma e outra vez até conseguir aplicar eficazmente
as estratégias aprendidas.
9.
ESTABELEÇA E PLANIFIQUE DESAFIOS
A
vida pode comprovar-se muito aborrecida se seguir a mesma rotina
todos os dias. Se durante dez anos fizermos sempre o mesmo tipo de
coisas, vivemos apenas um ano de experiências. Se tem uma baixa
auto-confiança e nunca fez nada para melhorar isso, não admira que
assim continue. Propor-se a novos desafios, que lhe transmitam um
senso de realização, faça algo que depois possa sentir orgulho de
si mesmo. Certamente irá melhorar a sua auto-estima e
auto-confiança.
Tornar
a sua vida mais interessante, definindo desafios para si mesmo é
algo muito impulsionador para a melhoria do seu problema. Cada
desafio vai fazer de si uma pessoa mais confiante (quanto mais coisas
conseguir realizar, mais bem sucedido e confiante se sentirá).
Citação:
Não há nada como um desafio para fazer expressar o melhor do Homem.
– Sean Connery
Apresento
algumas ideias simples para os desafios:
Tornar-se
fluente num novo idioma em 6 meses (sim, é possível)
Viajar
para um lugar remoto ou passar algum tempo numa zona mais isolada
(lembre-se de se preparar!)
Estabelecer
metas de exercício físico (aumentar
os quilos levantados, percorrer uma maior distância a caminhar ou a
correr)
10.
NÃO DESISTA
Usualmente
as pessoas confiantes, não desistem. Quer dizer, pelos menos não
têm a possibilidade da desistência na sua mente. Como pode ser uma
pessoa confiante, se é um desistente nato? Não se iluda,
dificuldades em realizar aquilo que se pretende, todas as pessoas
enfrentam. O que difere é a atitude que cada pessoa adopta perante a
dificuldade ou retrocessos.
Citação:
A nossa maior glória não consiste em nunca falhar, mas em
levantar-se a cada vez que falhamos. – Ralph Waldo Emerson
Pode
fazer quase qualquer coisa se conseguir manter-se no caminho do
objectivo o tempo suficiente. Se quer tornar-se confiante, prometa a
si mesmo que não irá desistir até atingir os seus obectivos.
Desenvolva uma mentalidade “não desistir facilmente”. Persistir
perante a dificuldade é uma característica extremamente importante
de todas pessoas auto-confiantes. Assuma a responsabilidade da sua
vida nas suas mãos e evite ao máximo, desistir de algo que é tão
importante para si!
Provavelmente
mesmo a pessoa mais confiante, às vezes ainda se sente insegura em
algumas situações. Mas, a pessoa confiante acredita desenvolver a
sua confiança naquilo que lhe gera desconforto e incómodo. Ela
coloca-se à prova, prepara-se para o desafio, mune-se das “armas”
necessárias e vai à luta. E isso é o que conta.
Comece
com um único passo e concentre-se todos os dias em ser mais
confiante do que era ontem. Roma e Pavia, não se construíram num
dia.
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