
As mulheres eram
vistas como aspectos vivos da criação, porque viviam todos os meses
com o ciclo menstrual, o processo da vida, morte e renascimento, além
do poder de gerar vidas. Vou dar um exemplo: Dergflaith era um dos
nomes célticos dado à menstruação, e significava “soberania
vermelha”. O vermelho representava soberania, poder, vida. Pense
então nos mantos vermelhos dos Reis. A menstruação tinha conotação
como algo sagrado, porque acreditavam que a mulher se tornava ancorada e
enraizada nesse período. Nos períodos de menstruação, as mulheres
isolavam-se numa cabana ou dirigiam-se à floresta, e compartilhavam
sobre os problemas da tribo.

Dentro da sociedade Celta, a mulher dominava a religião. Podia ser uma guerreira e podia escolher o seu parceiro. Quando se casava, trazia para o casamento os seus bens, e quando eram superiores aos do marido, tornava-se o chefe do casal. Há ainda uma coisa importante para se dizer em relação a concepção de união eterna e fidelidade, ou de traição. No casamento, privilegiava-se o amor, ao mesmo tempo que o casamento era visto como um contrato que poderia ser rompido, pois existia o divórcio. São concepções interessantes para uma época tão distante, porque na verdade a mulher Celta era tudo o que uma mulher na actualidade quer ser e por vezes ainda não é.
A relação Celta com outras Filosofias
A primeira grande lição que os celtas nos dão é a observação e o respeito pela natureza. Levavam sempre em consideração a Roda do Ano (estações), os elementos da natureza, os pontos cardeais, o Sol, a Lua, e valorizavam a energia de tudo o que os rodeava. Eles reconheciam a energia dos elementos da natureza. A terra, o ar, o fogo, e a água são representações e formas diferentes de energia, e a partir desses elementos todas as coisas são formadas. É o que chamamos de energia elemental, seres do mundo espiritual cuja tarefa é dirigir o poder divino para as formas da natureza.
As pedras, por exemplo, eram consideradas como as energias espirituais mais antigas da Terra, e que guardavam ensinamentos profundos, que eram revelados quando eram reverenciadas. Toda a Bretanha, Irlanda e Grã-Bretanha possuem pedras verticais espalhadas por diversas regiões, com tamanhos diversos. Os celtas relacionavam-se com os elementos e com os seres elementais no seu quotidiano e em rituais de magia. A própria mitologia Celta dá-nos provas disto, quando relatam histórias nas quais os heróis se perdem no Outro Mundo, repleto de seres elementais.
A religião Celta possui algumas características xamânicas, pois estava sempre em contato com a natureza e com os seus espíritos. Para eles por exemplo, os animais possuem dons especiais para a cura e dão-nos sempre grandes lições de vida. Animais totêmicos representavam a tribo e serviam como protecção. O ogham, alfabeto Celta utilizado pelos druidas, é conhecido como o alfabeto da árvore, no qual cada letra representa uma árvore com energia e características específicas. Os Druidas, tal como os Xamâs, recebiam revelações na sua interacção com o Outro Mundo, praticavam a adivinhação e faziam o uso do tambor, da dança e do cogumelo amanita, nos seus rituais.
Qual a relação entre o druidismo e a religião
celta em geral, com a Wicca?
Existe uma forte relação. Podemos dizer que as raízes da Wicca estão na antiga religião Celta e por consequência, no druidismo. A sua essência básica é centrada na Grande Mãe, a figura do Divino Feminino, mas a tradição Wicca possui uma grande carga de elementos que não faziam parte da religião Celta. Esses elementos advêm da Magia Ritual, Cabala, tradições da maçonaria e até da Golden Dawn. Existem boatos de que Crowley, famoso ocultista do século 20, teria “encomendado” ao seu amigo Gardner a criação da Wicca para popularizar a religião Thelêmica, e sabemos que foi através das obras de Gardner que o paganismo foi ressuscitado.
O pentagrama por exemplo, surge como símbolo de paganismo moderno e não é um símbolo de origem Celta. Era usado na Mesopotâmia por volta de 3.500 A.C. e, através da cultura judaica da cabala, acabou por fazer parte dos rituais da tradição Wicca. Outro exemplo que posso citar, é o uso do athame ou punhal nos rituais wiccanos, como canalizadores de energia, algo desconhecido na religião Celta.
Para o Celta, a religião e a magia eram algo muito natural, fazia parte do seu quotidiano. A Wicca, embora tenha raízes celtas, é muito ritualística, especialmente hoje em dia. Em muitos segmentos wiccanos, percebe-se atualmente, como em outras religiões, um apego muito grande aos rituais e por vezes até um certo grau de fanatismo, e isso não é saudável em nenhuma crença. O ideal é fazer dos ensinamentos uma base para se ter uma vida saudável e feliz.
Como os conhecimentos antigos da espiritualidade dos
Celtas, se relacionam com a sociedade actual?
Outra
coisa muito bonita e importante nos ensinamentos Celtas, é o valor
que davam à amizade, coisa rara nas sociedades modernas em que
as pessoas esquivam-se sempre umas das outras, com medo de serem
“sugadas”. Para este povo, uma amizade ultrapassava qualquer
fronteira, qualquer plano. Existe a expressão gaélica que retrata
muito o valor que davam à amizade, anam cara (amigo da alma), que
O’Donohue retratou de uma forma encantadora na sua obra. O conceito
de amizade, deu aos celtas a ideia de companheirismo, solidariedade,
fidelidade, amizade profunda e especial. Além dos seus conceitos
sobre a vida, o universo mágico Celta pode ajudar-nos a adquirir
mais equilíbrio, tranquilidade, vigor, prosperidade, coragem, amor
no nosso dia-a-dia, através das suas antigas práticas de magia com
os elementos da natureza. A natureza mostra: É apenas questão de accionar a sua
energia. O caminho da espiritualidade ou religiosidade Celta
pode ser seguido, hoje em dia, individualmente, ou quem dele necessite, um
mestre, um facilitador! A espiritualidade e a sua religiosidade
podem ser seguidos por qualquer pessoa. Existe muita gente com “espírito
Celta”, e nem sequer sabe disso. São aquelas pessoas que respeitam a
natureza, compreendem os processos e ciclos da vida e possuem
amigos.
Em todos os conceitos Celtas, encontramos grande lições que nos podem ajudar a viver melhor. Um dos seus mais sábios conceitos, é o de que o tempo está e estará sempre a nosso favor, e que nos oferece oportunidades que muitas vezes, devem ser compreendidas em alguns segundos, mas que podem transformar qualquer coisa.
A filosofia de vida Celta era muito simples: Observar as grandes lições da Mãe Natureza, o que é uma grande dificuldade para o homem moderno. Para eles, a vida era um eterno movimento cíclico de transformação permanente: Nascemos, crescemos, morremos e renascemos. Há o momento certo para cada coisa: Arar a terra, semear, colher. As estações do ano são a prova da Natureza de que após um inverno rigoroso, há sempre a chegada da primavera. Mostram-nos que é preciso aprender a perder, para se ganhar depois.
Cada problema ou situação difícil, cada “doença” contém uma bênção para a cura e liberdade. Os celtas acreditavam que podemos através da responsabilidade e do respeito, acionar os planos superiores, o Outro Mundo. Para eles, o Outro Mundo, com a sua graça de mistérios, está no nosso interior. Todas as pessoas possuem dentro de si uma chama, uma fogueira tranquila, uma alma. É preciso perceber a sua alma, realizar uma ligação com a sua chama interior, mostrando que é preciso estar sempre interligado com a sua própria essência.

Eu acredito que aquele que se interessar pela
religião, rituais e práticas de magia podem fazê-lo sem medo,
porque estará a fazer algo com boas intenções. O interessante é
tentar fazer da magia algo natural na sua vida, da mesma forma que os
celtas a viviam. Concordo com Scott Cunnigham, que afirmou que as
práticas de magia podem ser vividas de forma solitária e
individual.
Hoje, existem muitas formas de se obter
informações sobre as práticas de rituais de diversas tradições.
Cada um deve saber escolher o seu caminho. Alguns podem trilha-lo
solitariamente, outros podem ter um mestre ou um facilitador.
Entretanto, acho importante dizer, que mesmo que queira ter um mestre,
é preciso procurar pelo conhecimento também em outras fontes.
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